Feministas sim
“Não serei a poeta de um mundo caduco, tão pouco cantarei um mundo futuro”
Nunca se falou tanto em “libertação da mulher”. Em todos os lugares , seja nos movimentos sociais insurgentes nos últimos anos, nas igrejas renovadas e progressistas e mesmo nas telenovelas e propagandas da grande mídia. A nova mulher é retratada como cidadã livre, dinâmica e que cada vez mais ocupa seu lugar na sociedade em pé de igualdade com o homem.
Essa tão aclamada “libertação” está intimamente ligada a chamada “segunda onda” feminista, surgida na década de 1960 e que tinha como reivindicação principal o direito a livre sexualidade e reprodução da mulher.
Isso tudo como resultado do processo de fragmentação das lutas gerais para as lutas com centralidade em sujeitos específicos (mulheres, negros, índios, homossexuais, lésbicas, etc). Devido ao novo cenário de pós – crise da década de 1960.
A necessidade de expansão constante do sistema capitalista (atrelado a sua própria lógica), trouxe a possibilidade de integração feminina na esfera pública social como a política, o emprego, entre outros. Ao mesmo tempo, possibilitou a “ruptura” com velhas formas de ideologia. Começa-se a questionar nesse período histórico, por exemplo, o papel do modelo imposto de família no qual ocorre o aprisionamento da mulher na esfera do lar, legitimando tal acontecimento.
A crítica do aprisionamento sexual da mulher, adivinda dessa crítica à moral burguesa, surge nesse contexto de mudanças sociais e transformações de mercado. “Revolução sexual” passa a ser o lema vigorosamente reinvindicado pelas feministas francesas que iam as ruas queimar seus sutiãs e proclamar o direito ao próprio corpo.
Quarenta anos depois, com os “novos mercados” já consolidados, com a democracia burguesa, baseada na cidadania iluminista (direitos e deveres para todos na necessidade de universalizar o acesso ao consumo), a todo vapor, o que se vê