Feminismo
Estas primeiras manifestações desafiaram ao mesmo tempo a ordem dos cavalheiros templarios do mundo público (do voto[->3], do direito como cidadã) e também, propostas mais radicais que iam além da igualdade política, mas que abrangiam a emancipação feminina, pautando-se na relação de dominação masculina sobre a feminina em todos os aspectos da vida da mulher. Durante o império, alguns juristas tentaram legalizar o voto feminino, com ou sem o consentimento do marido. A constituição de 1891[->4], não excluía a mulher[->5] do voto, pois na cabeça dos constituintes não existia a ideia da mulher como um indivíduo dotado de direitos. Isso fez com que muitas mulheres requeressem, sem sucesso, o alistamento. A constituição republicana de 1891[->6] continha inicialmente uma medida que dava direito de voto para as mulheres, mas na última versão essa medida foi abolida, pois predominou a ideia de que a política era uma atividade desonrosa para a mulher.
Alguns momentos históricos desta época foram importantes no avanço da luta das mulheres, entre outros, as greves de 1917[->7], em 1922 o surgimento do Partido Comunista do Brasil[->8] e, nesta mesma data, a realização da Semana de Arte Moderna[->9] em São Paulo.
Em 1922[->10], aquela que é, ao lado de Nísia Floresta[->11], considerada pioneira no feminismo brasileiro, Berta Lutz[->12], fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino[->13], que lutava pelo voto, pela escolha do domicílio e pelo trabalho de mulheres sem autorização do marido.
Rio Grande do Norte[->14] e Minas Gerais[->15] foram Estados pioneiros no país a legalizar o voto feminino. A primeira eleitora registrada foi Celina Guimarães Viana[->16]. Celina, em 1927[->17], invocou o artigo 17 da lei eleitoral do Rio Grande do Norte, que dispunha: "No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexo, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas em