fellipe ensaio
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Psicologia
Curso de Graduação em Psicologia
O suicídio é, necessariamente, um sintoma?
Trabalho apresentado por Fellipe Miranda à Profª.
Selma Leitão como parte da 2ª avaliação da disciplina de Controvérsias na Psicologia.
Recife, 2015.
1. Introdução
O trabalho aqui registrado terá como pretensão estabelecer ideias que, através de uma conversação interna, reflitam se o suicídio tem ou não alguma causalidade obrigatoriamente sintomatológica. Motivo de polêmica, principalmente nos estudos clínicos da psicologia, a prática suicída, nesse ensaio, será norteada a partir do seguinte conceito: tentativa de um ser humano de abdicar e interromper a própria vida, provocada por qualquer tipo de sofrimento ou insatisfação. Segundo dados revelados numa reunião da Organização Mundial de Saúde, em Bruxelas, (2002, apud. Luciana Christante, 2010), a maior causa de morte no mundo não é o homicídio, o conflito armado nem os acidentes de trânsito, mas o suicídio. A mesma instituição o enquadra como um problema de saúde pública, basicamente por configurar uma entre as dez causas de mortes mais comuns em todas as idades; é, ainda, a segunda ou terceira mais frequente em pessoas de 15 a 34 anos (Retterstol, 1993). A taxa de suicídio entre adolescentes aumentou, nos últimos 20 anos, de 200% a 400% (Klerman & Weissman, 1989; Goodwin & Runk, 1992). Diante deste contexto médico, quando em questão, tomar-se-á como patológico o estado que revela enfermidade. Quanto à definição de sintoma, esta se dará como sendo uma manifestação de irregularidade e/ou alteração homeostática físico-mental, ou seja, indicativo comum a considerável quantidade de pessoas de eventual desarranjo da normalidade (comportamento que segue dentro de um padrão em expectativa). É impossível “domar” o significado desta premissa no intuito de limitá-lo a termos técnicos da clínica, como é também