felizmente há luar!
A rainha D. Maria Ana não comparece ao auto-de fé, pois está de luto pelo seu irmão, imperador da Áustria, e por estar no quinto mês de gravidez, e ainda sofrer enjoos matinais e ter tido uma hemorragia. O rei não irá participar na festa mas jantará na inquisição juntamente com os irmãos, infantes e a rainha. Mesa recheada de comida, o rei não bebe, dando o exemplo.
Apesar de o rei ter declarado luto, a cidade está alegre, pois vai haver um auto-de-fé. É domingo e os moradores gostam de ver as torturas impostas aos condenados
Os portugueses juntam-se no Rossio para ver justiçar judeus e cristãos-novos, hereges e feiticeiros.
Nas ruas o povo furioso grita impropérios aos condenados e As mulheres ficavam à janela preocupadas apenas com as suas toilette e observando o seu pretendente (confirmado ou suspirante) enquanto este se passeava de lenço na mão.
Entre este mar de gente, estava a mãe de Blimunda, Sebastiana Maria de Jesus. Esta tinha visões e revelações e ouvia vozes do céu e, por isso, foi condenada a ser açoitada em público e ao exílio para Angola durante oito anos. Sebastiana pensava que Blimunda estaria também condenada a degredo. Contudo Acaba por ver a filha entre as pessoas que acompanham o auto, mas sabe que ela não poderá falar-lhe, sob pena de condenação.
Vê-a acompanhada pelo padre Bartolomeu Lourenço. Perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete-Sóis. Blimunda comunica com a mãe por telepatia, O poder desta comunicação encontra-se no olhar.
Sebastiana sente que pode existir alguma coisa entre Blimunda e o homem alto que estava perto desta. Blimunda pergunta-lhe o nome.
Sebastiana parte para Angola, as mulheres são queimadas na fogueira e el-rei retira-se.
O auto-de-fé termina.
Blimunda, que estava com o Padre Bartolomeu Lourenço, vai para casa com este e deixa a porta aberta para que o