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A beleza teve um lugar considerável na filosofia e na evolução histórica da noção de arte. Uma questão fundamental sobre seu tema consiste em perguntar se o belo está na coisa ou no sujeito que o contempla, de tal maneira que a história das concepções da beleza parece flutuar de uma a outra dessas posições.
Os gregos, na Antiguidade, introduziram a primeira tese, pressupondo que o belo é uma característica das coisas belas e que certas proporções são belas por si mesmas. Os pitagóricos (século VI ao IV a.C.) descobriram que em todas as coisas há uma relação matemática, e, portanto, numérica. Não usavam o termo “beleza”, mas antes aquele de “harmonia”, que estava ligado ao número, à medida e à proporção. A sua concepção influenciou a arte grega e atingiu particularmente a música. Um outro fato do conhecimento dos pitagóricos era a relação do número de ouro, uma proporcionalidade que é encontrada na natureza e que também garante a harmonia das obras plásticas, quando entre o todo e a maior parte há a mesma relação que entre a maior e a menor parte, correspondendo a 1,618. É certo que os arquitetos e os escultores gregos empregavam esta relação nas suas criações.
Platão (428-347 a.C.), no diálogo Hípias Maior, visa responder à questão sobre o que é o belo, qual a sua essência, e o texto examina diversas possibilidades de definir o belo, como harmonia, em função do bem, e em função do prazer, e ao final é preciso admitir que nenhuma definição é suficiente. Essa indecisão é reconhecida no dito: “as coisas belas são difíceis”, que fecha o diálogo. O texto do Filebo indica que a beleza consiste na medida e na proporção. Nos diálogos posteriores, o belo é apresentado por Platão como ideia, que forma uma tríade com o bem e o verdadeiro. As coisas não são belas por si mesmas, mas são somente uma apresentação (aparência) da ideia do belo. OFedro encara a beleza como a única, entre todas as ideias, que tem afinidade com as coisas