Faça você mesmo, Super-homem
Nietzsche sempre foi um filósofo polêmico por criticar, especialmente, a moral tradicional cristã e dizer que devemos negá-la e superá-la. Para atingirmos essa superação devemos arrebatar O Übermensch (Super-homem, ou Além-do-homem),ou seja, devemos tornar todos os momentos de nossa vida em experiências e realizações grandiosas como obras de arte, nos tornar nossos próprios líderes e criadores o suficiente para suprir o espaço deixado pela morte de Deus. Não apenas este conceito, mas toda a filosofia de Nietzsche teve uma grande influência na sociedade ocidental posterior à sua época. O objetivo deste texto é relacionar a sua filosofia com um dos movimentos artísticos mais importantes da arte contemporânea que, como a filosofia de Nietzsche, foi desprezado e ignorado pelo seu aspecto destrutivo: o Punk. Quando se procura características para definir o Punk se encontrará apenas uma que é unânime: O Do it yourself(Faça você mesmo). Essa ideia é simples: baseia-se na premissa de que ninguém deve lhe dizer o que é certo e o que é errado; você próprio deve fazer esta distinção através de seus conhecimentos e experiências. A partir dessa base, podemos traçar um paralelo entre o Super-homem e o “Faça você mesmo”. Nietzsche, assim como os Punks, nega os valores tradicionais. Enquanto o filósofo se aprofunda no ambiente teórico com seu conceito de “transvaloração de valores”, ou seja, a destruição de antigos valores e a criação de novos valores morais, o movimento Punk foi único no âmbito artístico por ter posto essa noção na prática. Por ser um movimento completamente marginalizado em seu primórdio e negar a tudo aquilo que é tradicional e, portanto, comercial, artistas Punk, bandas em sua maioria, nunca tiveram amplo incentivo e espaço nos meios de comunicação. A visão tradicional do Punk o rebaixa a uma rebeldia destrutiva sem justificação, suas atitudes sempre foram acusadas de infantis e sua diferente expressão de arte