faus
O mundo que vivemos é um mundo em que a imagem do real supera o real: as fotografias manipuladas, os factóides, as manipulações da opinião, têm um poder de convencimento que substitui a “busca da verdade” iluminista. A ideia, no caso destes edifícios, é criar uma imagem facilmente recebida como falsa: um “real” que não pode ser real.
PLANO VERTICAL
É muito comum no trabalho dos arquitetos desconstrutivistas a quebra da relação essência-aparência no que se refere ao plano horizontal. A linha do horizonte e o plano do horizonte são talvez os mais importantes elementos estruturantes na concepção do projeto. Desde que nascemos, ao engatinharmos, ao observarmos uma paisagem, ao caminhar tomamos consciência primeiramente do plano horizontal, mesmo que muitas vezes esta apreensão seja ilusória, como no caso das grandes perspectivas.
Semelhante ao plano e linha horizontais, são estruturas básicas de nossa apreensão do mundo, ligadas à própria ideia de construir, de equilíbrio, de gravidade. A vertical e a horizontal são – dentre as manifestações sensoriais de fenômenos naturais – verificações de uma das leis mais diretamente aparentes. A horizontal e a vertical determinam dois ângulos retos, entre a infinidade de ângulos possíveis; o ângulo reto é o um dos símbolos da perfeição.
Os arquitetos desconstrutivistas trabalham com linhas e planos inclinados, sobretudo em posição aparentemente instável, explorando as estruturas sólidas dos edifícios até o seu limite, e representam a ideia de desafio da natureza, uma ideia iluminista em sua essência, mas deslocada para representar a instabilidade, a incompletude, a imperfeição e o desequilíbrio das próprias leis maquinistas e seu mundo.
PONTO DE VISTA
Uma das importantes criações do Renascimento, ponto de partida do mundo