Ciencias Do Ambiente
1. Introdução Conhecer os hábitos e comportamentos de suas presas, reconhecer as estações do ano e épocas propícias para a pesca e atividades agrícolas, captar as alterações climáticas com certa antecedência eram fundamentais ao homem primitivo para torná-lo apto a sobreviver no ambiente, geralmente hostil, em que vivia. Essas circunstâncias faziam dele, certamente, um observador e rudimentar estudioso da Ecologia. Isso pode ser retratado em muitas pinturas rupestres (feitas em paredes de cavernas), onde aparecem renas, mamutes e bisões. Na Antigüidade, os gregos notabilizaram-se pelos estudos sistemáticos da natureza. O conceito de que existe uma harmonia na natureza, pela qual cada espécie tem o seu lugar e papel, tendendo a preservar-se aí, está implícito nos escritos do historiador Heródoto (séc. V a.C.) e do filósofo Platão (séc. IV a.C.). O sábio e filósofo grego Aristóteles, discípulo de Platão, foi o primeiro a escrever, no séc. IV a.C., um livro exclusivamente dedicado a questões ecológicas: Historia Animalium; onde explica as pragas de gafanhotos referindo-se à limitação na ação dos predadores naturais. Durante a Idade Média, ainda que o interesse dos pensadores estivesse principalmente voltado ao cultivo das Ciências Humanas (História, Filosofia, Direito, Literatura), vários deles tiveram o seu olhar voltado para a natureza, procurando aprofundar na linha da Ecologia Descritiva iniciada pelos gregos. Inclusive era comum (segundo narra o diário do aluno Valafrido Strabo, no séc. IX d.C.) o recurso de aulas no campo, com observações de geografia e ecologia, como complemento à formação filosófica.
A expansão marítima européia e a descoberta de novos continentes e espécies diferentes conferiram um novo impulso e estímulo aos naturalistas. A partir dos séculos XVII e XVIII, tornaram-se comuns os relatos de viagens e as descrições de novos ambientes, faunas e floras. O inglês J. Graunt foi o primeiro a descrever, em 1662,