Farmácia e Química

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Os aromas característicos das plantas resultam da presença de óleos voláteis, conhecidos por óleos essenciais, alguns extremamente valiosos pela sua aplicação nas indústrias de aromatizantes, perfumes, especiarias, inseticidas, entre outras. Óleos essenciais são constituintes responsáveis pela fragrância de muitas plantas e podem ser obtidos de flores, folhas, frutos, sementes, gramas, raízes, rizomas e caules das plantas.

O isolamento destes óleos pode ser efetuado por diversos processos de extração como, por exemplo, a extração contínua com solventes orgânicos utilizando soxhlet. A extração com uso do soxhlet é um processo que permite a separação dos constituintes, imiscíveis na água, a uma temperatura abaixo do seu ponto de ebulição, evitando deste modo a sua decomposição térmica.

No presente relatório será extraído o óleo essencial da canela (Cinnamomum zeylanicum), uma laurácea originária do Sri Lanka (daí o nome canela do Ceilão, antigo nome desse país); é a parte interna da casca do seu tronco que é empregada como especiaria, sendo rica em um óleo essencial composto principalmente de cinamaldeído (Figura 01). Empregada desde a Antiguidade, seu uso está relatado na Bíblia (Êxodo 30, 23); seu nome se origina do grego kinnamon, que é, provavelmente, uma corruptela do nome local da planta, kayu manis, ou seja, madeira doce. Foi a especiaria mais utilizada na Europa, chegando a valer 10 gramas de ouro por quilograma, e seu comércio foi dominado pelos portugueses até o século XVII, quando os holandeses tomaram os entrepostos comerciais lusos na Ásia.

O cinamaldeído é um líquido marrom, que compõe cerca de 90% do óleo essencial de canela; foi produzido pela primeira vez em 1884, por Eugéne Péligot e Jean-Baptiste Dumas, famoso químico francês a quem se deve também a descoberta das aminas e do antraceno, além de ter sido um dos mentores de Pasteur. Na natureza encontra-se somente seu isômero trans, embora seja possível obter o isômero cis por

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