Interações medicamentosas com alimentos e drogas de uso social | 29/10/2003 | Deve-se sempre lembrar que qualquer substância que venha a ser ingerida pelo indivíduo sem a intenção de promover um efeito terapêutico (como no caso dos alimentos, do tabaco, etc.) poderá levar a ocorrência de interações medicamentosas com qualquer medicamento que aquela pessoa estiver utilizando, causando alterações na eficácia terapêutica e na toxicidade destas substâncias. Assim, quando um médico vai prescrever um determinado fármaco, ou quando o farmacêutico vai dispensá-lo, eles devem sempre considerar os hábitos individuais de cada indivíduo, aconselhando-os (no caso do médico) a alterar seus hábitos para evitar possíveis complicações durante o tratamento devido a interações adversas deste tipo (por exemplo, os inibidores da monoaminooxidase causam hipertensão e a tiramina [uma substância presente no queijo, vinho chocolate, abacaxi, presunto, etc.] também causa hipertensão] ). Entre as substâncias que possam ser ingeridas pelo paciente normalmente, além dos alimentos, estão o álcool, o tabaco e mesmo as chamadas “drogas de uso social” (aqui exemplificada pela maconha), além de várias outras substâncias dos mais variados tipos, que possam a vir a ser ingeridas intencional ou acidentalmente. 1) Interações com alimentos: As interações alimento-medicamento ocorrem da mesma forma que as de medicamento-medicamento, podendo ser classificadas de várias formas:1.1) Efeito dos medicamentos sobre o estado nutricional: Os medicamentos podem alterar a ingestão (ex.: medicamentos excretados pela saliva [metronidazol] trazem gosto desagradável), a absorção (os antiácidos alteram o pH intestinal; os antibióticos podem inibir dissacaridases intestinais, causando diarréia) e o metabolismo (a isoniazida e penicilamida comprometem a ação da vitamina B) dos alimentos, bem como modificar a excreção de nutrientes.1.2) Efeitos dos alimentos sobre a absorção e a ação