farmacologia da dor
Capítulo 2
FARMACOLOGIA DA DOR
Luiz Fernando de Oliveira *
A dor é o sintoma que com maior freqüência leva o paciente a procurar o médico. Apesar disso, seu controle é freqüentemente inadequado gerando insatisfação do doente. Várias razões podem ser apontadas para esse resultado: a) subvalorização da queixa por parte do médico, com ausência de preocupação com o tratamento; b) falta de obediência por parte do paciente à prescrição, devido à insatisfatória relação médico-paciente e/ou efeitos colaterais indesejáveis; c) prescrição de doses subterapêuticas de analgésicos, devido ao receio de efeitos adversos graves e desconhecimento da sua farmacologia
Na realidade os recursos terapêuticos atuais nos permitem controlar com eficiência a dor aguda. A persistência da dor revela, quase sempre, uma terapêutica analgésica mal conduzida. O mesmo não é possível dizer-se da
* Professor Titular de Anestesiologia da UERJ
Livre-Docente em Farmacologia pela UFRJ
Clínica da Dor do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ
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DOR
dor crônica, contra a qual nem sempre se dispõe de métodos analgésicos eficazes. Apesar da variedade de recursos à nossa disposição, o tratamento medicamentoso ainda é a arma mais simples e eficaz para o controle da dor, desde que conduzido de forma coerente e eficiente.
1 - Medicamentos Analgésicos
Classicamente são divididos em dois grupos: os AnalgésicosAntiinflamatórios e os Opióides (ou Hipnoanalgésicos). Os primeiros, considerados erradamente como analgésicos fracos e de ação periférica, e os segundos, como analgésicos fortes, de ação central e com elevado risco de depressão respiratória e dependência. Na realidade, nem sempre os analgésicos-antiinflamatórios são fracos, nem os opióides atuam exclusivamente por via central ou necessariamente produzem depressão respiratória ou dependência, quando usados corretamente.
1.1 - Analgésicos-antiinflamatórios (Antiinflamatórios