Familía
Pergunte a seu filho como será o mundo em 2100. Ele tem muita chance de chegar lá, especialmente com os avanços da medicina.
Curiosamente, o futuro de longo prazo é mais previsível do que o de curto prazo.
Seu filho, caso ele tenha lido livros de ficção científica na infância, dirá que os robôs farão praticamente tudo.
Haverá robô para limpar a casa e para buscar comida no supermercado guiado por GPS. Já há robô, que chamamos de e-mail, para entregar cartas em todas as partes do mundo.
O Google já desempregou milhões de bibliotecários, porteiros de bibliotecas e editores de livros.
Daqui cem anos, as máquinas farão praticamente tudo para nós e ninguém terá de trabalhar. Será um mundo de abundância.
Nem robôs precisaremos fazer, porque um robô poderá fazer um outro robô. O único emprego que sobrará será para os engenheiros que projetam esses robôs. Serão menos que 1% da população, e provavelmente trabalharão por prazer e de graça.
De onde virá o dinheiro para comprar todas estas coisas produzidas pelos robôs? Contudo, não é preciso dinheiro quando não há mais escassez de produção. Dinheiro só serve para definir quem compra ou quem não compra os poucos produtos existentes no mercado.
Mas quando a produção é abundante, o preço cai, até zero. Vide a internet. Ninguém compra ar puro, porque ainda há suficiente para todos.
Se tudo for de graça, produzido por robôs, você a rigor poderia pegar 100 sapatos diferentes do centro de distribuição. O que seria um enorme desperdício. Obviamente surgirá uma consciência social de cada um ter somente três pares de sapatos grátis ou no máximo cinco meias grátis e não sair pedindo aos robôs bens de consumo adoidado como fazemos atualmente.
A abundância reduzirá o consumismo, por incrível que isto pareça.
Esta consciência que muitos filhos já têm, e que os ambientalistas irão reforçar.
A nova geração já é bem menos consumista e apegada a bens materiais do