FAMILISTERIO DE GODIN
As visionárias unidades cooperativas de Owen, os falanstérios de Fourier e familistérios de Godin, eram compostos por um programa pormenorizado, contemplando as escolas e várias secções de serviços e lazer, entre outros espaço, que tinham o intuito de formar e estabelecer condições para a felicidade dos seus habitantes.
Jean-Baptiste Godin (1818-1888): empresário e “socialista utópico” de nacionalidade francesa, integrou os designados “socialistas utópicos”. A sua teoria e obra aproximaram-se dos ideais de Charles Fourier, sendo o Familistério de Guise uma das propostas de Godin com maior sucesso e destaque no seu tempo e no âmbito das cidades utópicas. A sua teoria na construção do Familistério aponta inovações face à teoria de Fourier, na medida em que Godin se baseou no carácter industrial (não desprezando a importância da agricultura) e na autonomia de cada família, ao possuírem um apartamento e usufruindo dos serviços comuns do Familistério.
A filosofia e proposta de Charles Fourier claramente influenciaram Jean-Baptiste Godin. Este não era arquiteto, à semelhança dos seus contemporâneos “socialistas utópicos”, mas compôs o seu projeto como um arquiteto. Baseado num programa e proposta que imaginava promover uma nova ordem social, esta teria como base uma pequena comunidade que viveria no mesmo complexo edificado, o Familistério, que se designou posteriormente também de “palácio social”. Deve também este nome devido à sua semelhança com o complexo de Versalhes, organizado e distribuído de maneira clássica, assumindo no entanto alguns regionalismos na decoração simples que rematava as fachadas principais dos edifícios deste Familistério em Guise, no norte da França.
O projeto era composto por três edifícios paralelepipédicos autónomos unidos por passagens nos seus cunhais e complementado por edifícios de equipamentos na sua área envolvente, que em conjunto, eram a base de apoio ao complexo industrial de Godin. Este defendia que o