familia
Para compreendermos a família brasileira atual, sua estruturação, suas características, teremos de iniciar refletindo sobre qual o modelo de análise é apropriado para essa compreensão (MELLO, 1995).
A autora enfatiza que tal análise exige muita observação, pesquisa e abandono de conceitos ou preconceitos.
O primeiro passo de todo esse processo seria estudar a história da organização familiar no Brasil, a "família patriarcal".
CORRÊA (1982), em Repensando a Família Brasileira, mostra que sua história começa nas regiões onde foram implantadas as grandes unidades agrárias de produção, os engenhos de açúcar, as fazendas de criação ou as plantações de café, no século XVI, transformando-se em matriz da sociedade colonial inteira até meados do século XIX. A autora questiona as abordagens apresentadas pelos autores GILBERTO FREYRE (Casa-grande Senzala) e ANTÔNIO CÂNDIDO ("The Brasilian Family"). A forma como GILBERTO FREYRE denominou a família brasileira não é representativa, pois na mesma época existiam outras formas de composição familiar no Brasil. Na crítica a GILBERTO FREYRE aparece a exclusão de todos os segmentos sociais que contribuíram para a compreensão de família patriarcal da época, como a escravidão indígena, que teve papel fundamental na povoação do país.
No início do século XIX, a corte portuguesa imperava no Brasil colonial. Nesse período, surge uma oposição entre o Estado colonial e a família senhorial brasileira.
O Estado brasileiro sempre considerou a família um dos mais fortes obstáculos à consolidação da política vigente na época. Sendo assim, a família foi tomada como alvo, pois acreditava-se na sua capacidade de preparar cidadãos patriotas para servir o país.
A Medicina é usada para combater a família elitista, e através da higiene, ela surge com toda força articulada pelos interesses políticos do Estado. A princípio, o processo de higienização se dirige exclusivamente às famílias de elite; logo