Falta de gua

Nos últimos dois meses, os meios de comunicação e as redes sociais foram essencialmente preenchidos por manchetes alarmantes sobre a seca iminente e constantes piadas referentes à estereotipada situação climática nordestina. Mas dessa vez, a árida hecatombe recai sobre a maior metrópole do Brasil. O cenário previsto para o verão sucessor ao fim de 2014 é retratado pelos jornais de maneira quase apocalíptica, enquanto os mecanismos de busca online são lotados pelas frequentes duvidas: Como a situação atingiu esse nível? E como faremos para reaver a estabilidade?A resposta inicial obtida diretamente da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) relatava a queda no nível das represas do Sistema Cantareira, principal fornecedor de água da Grande São Paulo, e rejeitava a possibilidade de racionamento devido à falta de chuva. A companhia então, se viu obrigada a recorrer à nunca utilizada reserva técnica, chamada de “volume morto”.A partir do mesmo argumento, o governo estadual põe a culpa nos níveis de pluviosidade abaixo da média. No entanto em 2004 quando o Sistema Cantareira foi expandido, o governo estadual aprovou a retirada de 36.000 litros de água por segundo, a maior parte destinada à capital paulista. Esse volume, segundo Antônio C. Zuffo, hidrólogo da Unicamp, supera o recomendado para a capacidade das empresas. “Quando a outorga foi renovada, o governo subiu o volume de litros que poderia ser retirado com a condição de que fossem feitas mais obras para aumentar a capacidade de armazenamento das represas. E elas não ocorreram no ritmo previsto”, afirma.A renovação de outorga mencionada, previa a criação de um plano de contingencia para situações emergenciais e reduzir a dependência de São Paulo do Sistema Cantareira. Com apenas uma pequena parcela dos planos colocada em pratica a SABESP afirma que fez todas as obras necessárias, ainda que diversos promotores como Alexandra Martins, acreditem que o Ministério Público não deu devida