FALTA DE AGUA
A capacidade do Sistema Cantareira, reservatório que atende 9,8 milhões de paulistas – 8,4 milhões só na capital –, chegou a apenas um dígito pela primeira vez na história na última sexta-feira: 9,2%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Um ano atrás, na mesma data, cerca de 60% do volume do sistema estava disponível. Para evitar a falta de água, a Sabesp iniciou, em março, obras que permitem a captação do chamado volume morto, porção de água que fica no fundo do reservatório, abaixo dos tubos que tiram a água e enviam para as estações de tratamento. Dezessete bombas de captação foram instaladas em março, a um custo de 80 milhões de reais, e, a partir de 15 de maio — segundo a Sabesp —, 200 dos 400 bilhões de litros que compõem o volume morto estarão disponíveis para uso.
A expectativa é que a água do volume morto garanta o abastecimento das regiões de São Paulo que dependem do Cantareira até outubro, quando inicia a estação de chuvas, e o nível do reservatório começa a subir. Para o plano dar certo, é preciso que o próximo verão seja diferente do último. Enquanto a média histórica de chuvas sobre o Sistema Cantareira é de 226,8 milímetros em dezembro, 259,9 em janeiro e 202,6 em fevereiro, em 2014 os valores registrados foram de 62,9 milímetros, 87,8 e 73,0, respectivamente. A queda abrupta, segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, ocorreu devido a uma massa de ar seco na região durante o verão, que impediu a chegada de frentes frias vindas da América do Sul. "A previsão para a virada de 2014 para 2015 é de chuvas dentro da média. Se isso se concretizar, a situação do Sistema Cantareira deve se estabilizar novamente em 2016", afirma.
O governador do Estado, Geraldo Alckmin, anunciou para este semestre a aplicação de multas para quem aumentasse o consumo de água. Se aprovada, a medida vai se somar ao desconto de 30% para quem economizar ao menos 20%, em vigência desde fevereiro. "A