falo
Alexandre Bustani Louzada
Corpo Freudiano do Rio de Janeiro O texto A significação do falo (1958) é um texto muito importante do ensino de Lacan no que se refere ao conceito de falo. Apesar de ser um texto curto, ele é muito denso e categórico, trazendo definições claras – embora difíceis e complexas – que transmitem rigorosamente as idéias de Lacan. Apesar de ser um texto de 1958, A significação do falo traz questões que só serão propriamente desenvolvidas na década de 70, podendo até ser considerado o embrião das fórmulas da sexuação apresentadas no Seminário 20 (1972-1973), outro importante texto para se ter um bom entendimento do conceito de falo.
O conceito de falo na psicanálise não é uma criação de Lacan. Ele já estava presente no texto freudiano, embora Freud tenha tido muitas dificuldades para tratar dele e, talvez por causa disso, não o tenha destacado de forma sistematizada. O falo fica de certa forma embaraçado na obra de Freud, junto com o complexo de castração e acaba resultando no conceito de “repúdio à feminilidade” em Análise terminável e interminável (1937), nas formas que assume de inveja do pênis na mulher e ameaça de castração no homem.
Como muito bem diz Diana Rabinovich1[1], o trabalho de Lacan foi o de tratar o falo de Freud como “a outra cena” e fazer uso do que era inaudito em Freud, o que o levou a criar uma relação entre o termo e as estruturas clínicas: a ausência na psicose, a atribuição à mãe na perversão e a problemática da falta na neurose. O texto possui basicamente dois momentos, sendo o primeiro o de um levantamento de questões acerca do falo nas obras freudiana e pós-freudiana e o segundo o da conceitualização particular de Lacan. Sua primeira contribuição clara ao conceito aparece no final do Seminário 3 (1955-1956), continuando seu desenvolvimento no Seminário 4 (1956-1957) e desembocando num ponto de virada teórica no Seminário 5 (1957-1958). A significação do falo (1958) é