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BRASÍLIA - São quase 17 mil km de fronteira entre o Brasil e outros dez países na América do Sul. É por aí que costumam entrar ilegalmente no país armas e drogas, além de contrabando. A preocupação com a falta de segurança das fronteiras brasileiras levou o governo Dilma a se movimentar. Desde 2011, quando foi lançado o Plano Estratégico de Fronteiras - que tem por objetivo integrar as ações dos órgãos de Segurança federais, estaduais, municipais e também dos países vizinhos -, cresceu o orçamento destinado a ações na área. A atuação da Polícia Federal e, em menor grau, das Forças Armadas permite que parte do tráfico e do contrabando seja apreendida. Ainda assim, não consegue barrar tudo.
- O tráfico de drogas passa pela fronteira, mas ele não fica na fronteira, é óbvio. Ela tem por destino o mercado consumidor. Então, você tem que fazer o trabalho de inteligência para saber quem está comprando essa droga nos estados consumidores nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste, e quem está transportando essa droga. Você tem de ter trabalho de inteligência. Não tem como fiscalizar 16 mil quilômetros de fronteira - disse Oslain Santana, diretor de Combate ao Crime Organizado da PF.
Santana acrescentou:
- Não adianta só policiar a região de fronteira. Aqui não tem mercado consumidor. A droga vai entrar por Amazonas, Mato Grosso, e tem destino final onde? Onde se consome: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. Simplesmente fazer um patrulhamento ostensivo não vai resolver o problema.
O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, afirmou que os militares podem até colaborar no combate ao tráfico e ao contrabando, mas que essa não é a prioridade deles. O general até acha que no Exército há número suficiente de militares para essa ação. Na Força, há cerca de 296 mil homens. Atualmente, o governo está em procedimento de licitação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras Terrestres