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Grande parte dos países da América Latina foram colonizados e explorados, a partir do século XVI, por Portugal e Espanha. Portugueses e espanhóis exploraram as riquezas minerais e recursos humanos destes países. Bomfim, em 1903, ao discorrer sobre os males de origem que fizeram a América Latina estagnar-se - males estes derivados do parasitismo que Espanha e Portugal exerceram sobre suas colônias - aponta os vícios decorrentes de 300 anos desse parasitismo.
No processo de colonização, esses países usaram mão-de-obra escrava de origem africana em quase todas as colônias. As terras dos índios foram tomadas a força e a cultura européia imposta aos nativos. A agricultura baseada nessa escravidão foi uma das bases da economia no período colonial. Ela se caracterizou, principalmente, pelo latifúndio e monocultura.
Durante toda fase colonial ocorreram várias rebeliões e movimentos emancipacionistas, que foram reprimidos como violência pelas metrópoles.
“A independência ocorre no momento em que as pressões externas pela liberdade de comércio, pela abertura do mercado colonial americano, conjugam-se com as pressões internas, no sentido de abolir a subordinação ao intermediário nas trocas.” (SODRÉ, 1997, p. 142.)
Esse processo tem início com a Revolução Industrial, passagem do mercantilismo para o capitalismo. O capitalismo traz a ascensão de uma nova classe — os burgueses e as exigências de abertura comercial e eliminação do trabalho escravos, exigências incompatíveis com o sistema colonial. Porém uma vez que estes países obtiveram sua independência no XIX, os problemas sociais ainda se mantiveram por muito tempo.
1. Invasão Napoleônica e os processos de independência da América
Em 1808, quando a Espanha é invadida pela França e Napoleão destitui o rei, Fernando VII, José Bonaparte, irmão de Napoleão, passa a governar o país. As colônias espanholas na América se insurgem contra o governo local, não reconhecendo a autoridade, visto que não havia rei