fahrenheit451
Nome ____________________________________________________ Turma _____ Nº _____
Apreciação geral _________________________ O Prof. _____________ Data ___ / ___ / ___
Encarregado de Educação ____________________________________________________________
TEXTO
Os ciclopes das outras ilhas acordaram estremunhados e disseram uns para os outros:
– É o Polifemo que está a chamar por nós, e está a pedir socorro. Temos de ir lá ver o que é, temos de lhe acudir!
E levantaram-se todos, e deitaram-se todos ao mar, e chegaram todos à porta da gruta onde morava o Polifemo. Chegaram escorrendo água e frio e ansiedade.
Disse um: – Metemos o pedregulho dentro!
Responderam os outros: – Não, não. Se ele estivesse com um dos seus ataques de mau génio, nós é que sofría-mos. Vamos perguntar o que lhe está acontecendo, e depois veremos.
E assim fizeram. A conversa que se seguiu foi esta:
– Ó Polifemo, o que tens?
– Ai meus irmãos, acudi-me, acudi-me!
– O que foi, Polifemo?
– Ai meus irmãos, acudam! Ninguém quer matar-me...
– Pois não, Polifemo, ninguém te quer matar.
– Não é isso, seus palermas! O que eu estou a dizer é que Ninguém está aqui e Ninguém quer matar-me!
– Pois é, rapaz! É o que nós estamos a perceber muito bem: ninguém está aqui e ninguém te quer matar...
– Não é isso, seus idiotas.
E não havia maneira de se entenderem uns e outros. Quando os ciclopes perceberam que o Polifemo estava já muito zangado, dizendo sempre aquelas mesmas coisas que eles já tinham ouvido, escorrendo ainda água e frio se foram retirando para as suas cavernas das outras ilhas, comentado entre si: «Ora esta! Que ideia, no meio da noite cerrada acordar-nos assim para nos dizer que ninguém estava lá e ninguém o queria matar...
Coitado! Com certeza estava com alguma dor de dentes!»
Maria Alberta Menéres, Ulisses, Edições ASA (texto adaptado)
Acabaste de ler um excerto de uma obra que tu já conheces.
1. De que obra se trata?