Farenheit 451- Quem Esvazia a Gente
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FAHRENHEIT 451: QUEM ESVAZIA A GENTE? Resumo: Este artigo apresenta uma breve análise do livro Fahrenheit451, de Ray Bradbury, com foco na indústria cultural, especialmente a televisão, como instrumento de alienação do indivíduo. A análise foi feita com base nas teorias de Adorno e Horkheimer, demonstrando como as pessoas se tornam dependentes desse veículo de comunicação, e como essa situação pode ser combatida, pelo processo de esclarecimento defendido por Kant.
Palavras-chave: indústria cultural; televisão; alienação; esclarecimento.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, teve inicio o período denominado Guerra Fria, em que Estados Unidos (democrático e capitalista) e URSS (socialista e totalitária) disputavam a hegemonia política e econômica no mundo. Esse embate ocorreu apenas no campo ideológico, e envolveu diversas áreas: econômica, esportiva, militar e tecnológica. Cada uma das potências tentava implantar em outros países o seu sistema.
Na década de 1950, os Estados Unidos já eram considerados uma superpotência capitalista, em busca da liderança do mundo ocidental. A sociedade americana gozava de estabilidade e prosperidade. Com a economia fortalecida e maior poder aquisitivo para o trabalhador, o consumo de massa foi estimulado pela grande disponibilidade de novos bens duráveis, como eletrodomésticos, automóveis, residências de subúrbio e o consumo de lazer. Este, que até então era usufruído em espaços ao ar livre, foi substituído gradualmente por diversões pagas, como cinema e teatro.
Com a expansão dos meios de comunicação de massa, a TV passou a fazer parte do cotidiano das pessoas. Os filmes de ficção e documentários americanos eram um dos veículos para a difusão de sua ideologia. À mesma época, o senador Joseph McCarthy desencadeou forte repressão aos comunistas, gerando um clima de medo e delações, chegando mesmo a recolher e queimar livros. Foi nesse contexto que Ray Bradbury publicou, em 1953, seu romance Fahrenheit 451.
A trama se