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Quando se fala em direitos e deveres de um cidadão brasileiro, o voto se apresenta perante eleitor como uma faca de dois gumes. Uma vez que o ato cívico, na verdade, é um direito legalmente obrigatório. Porém, além deste efeito levemente paradoxal, tem se visto que votar é também uma arma de medidas protetivas contra a politia e os políticos a quem a escolha eleitoral se destina.
Entre a população, a votação tem se tornado, para os eleitores, em um ato de “ante retaliação” perante a lei imposta pela constituição. Entretanto, para a justiça nacional, o dever eleitoral nada mais é que um respaldo a futuras manifestações da população contra o governo dos candidatos escolhidos. Uma vez que, caso as reivindicações do povo não estivessem sendo atendidas, não caberia aos eleitores argumentar diante o seu não posicionamento no dia da eleição. Desta forma, cria-se um ciclo extremamente prejudicial ao ato democrático no país.
Do mesmo lado da moeda, desacreditados e insatisfeitos com os candidatos a cargos públicos, temos eleitores coagidos ao voto que, por sua vez, fazem escolhas pensando ser a menos prejudicial.
O voto, por este ângulo, se torna uma trava na evolução do país e um cobertor sobre uma das maiores transgressões aos direitos do cidadão. Em pleno século vinte e um, é inadiável que a população se submeta a esse sistema anti democrático.
Se a evolução de um país começa pelo voto, está na hora de virar o bico das manifestações para outra direção e assim, através de outro ato cívico, conquistarmos a real cidadania.