Ezio Manzini
O ambiente artificial em que vivemos é fruto de uma construção cultural, que determina um modo de projectar, produzir, distribuir e consumir. Junto a isso encontra-se a globalização, que fomenta esta economia em escala mundial, obtendo-se um quadro ambiental insustentável. É preciso integrar o conceito de responsabilidade ambiental e cidadania nas relações com os artefactos e com o ambiente artificial. Parte-se do pressuposto de que o design contribui significativamente no projeto de um bem ou serviço, e que vai além da produção, interferindo diretamente no consumo, comunicando valores e conceitos à sociedade, dando significado aos discursos. Pode-se afirmar que o design também deve ser responsabilizado pela escolha dos bens naturais e sociais nos seus projetos. Se a finalidade for reestruturar a ótica da sociedade em relação ao seu consumo, ou em relação à sua cultura material, precisa-se mudar paradigmas que permeiam a área do design. Pode então considerar-se a hipótese de que a educação ambiental empregada-se em disciplinas de design, pode ser elemento de sensibilização a partir da inserção de questões socioambientais no quotidiano dos designers, estimulando assim novas experiências fazendo com que adotem uma abordagem mais responsável nos seus projetos com relação aos recursos naturais e a sociedade como um todo. Pretende-se, assim, com este artigo analisar a forma como a temática ambiental pode servir de instrumento de sensibilização para a construção de experiências de cidadania e sustentabilidade entre designers. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa exploratória, baseada numa análise bibliográfica, de autores como Pedro Jacobi e Gustavo Ferreira da Costa Lima para as questões relativas a educação ambiental. Sob a ótica do design o levantamento bibliográfico deu-se através dos autores Ézio Manzini e Carlos Vezzoli.