Exumação e Julgamento de Deus
ALUNO: Erlândio Andrade de Sousa
DATA: 16/05/2013
DISCUSSÃO DO FILME: O GUARDIÃO DE MEMÓRIAS
O filme trata da apreciação acerca dos aspectos sociais relacionados às pessoas com necessidades especiais, assim como, seus familiares e demais pessoas próximas. A partir da discussão do filme com os textos disponibilizados e demais as bibliografias consultadas, pode-se fazer uma análise muita rica sobre a construção sócio-histórica da lida com as pessoas com necessidades especiais.
Inicialmente, deve-se, na verdade, quebrar a mística de que desde sempre, na história da humanidade, as pessoas com diferenças muito acentuadas em relação à maioria das pessoas foram alvo de violência simbólica. Foucault (1975) explica que isso não pode ser dado como verdade única, já que isto não ocorria entre algumas ocasiões como nos casos dos xamãs e dos oráculos.
Mas, iniciando pela Antiguidade, percebe-se que já havia uma lida diferenciada com as crianças com má formação. Nesta época, o pai demonstrava sua opção de assumir a responsabilidade de criar os filhos recém-nascidos através do gesto de erguer o bebê com os braços. Caso não o desejasse, não o levantaria, e a criança era tida como enjeitada. A partir daí, o bebê poderia ser assassinado ou levado para longe dos pais (VEYNE, 1992).
Na Idade Média, a partir da dominação da Igreja Católica, o não produtivo (ou deficiente) era tido como produto da manifestação do poder divino. Sua existência e condição significavam a possibilidade de salvação tanto para si quanto para os cristãos que o auxiliassem na lida com sua deficiência. A intolerância e a punição também eram manifestadas pelo Tribunal da Santa Inquisição a partir da interpretação destas ocorrências como possessão demoníaca.
A partir da Revolução Burguesa ocorre a distinção entre os donos dos meios de produção e aqueles que vendem sua força de trabalho. Desta forma, os deficientes são vistos como seres não-produtivos