extração da madeira na amazonia
O Governo Federal tem tentado controlar a exploração predatória, mas está longe de atingir o objetivo. A intenção de controle é antiga. O Código Florestal, editado em 1965, já estabelecia que, exceto no caso de desmatamento autorizado, a exploração das florestas da
Amazônia deveria seguir técnicas de manejo. As normas sobre o manejo deveriam ter sido estabelecidas dentro de um ano após a edição do código. Entretanto, 21 anos de descaso se passaram antes da edição das primeiras regras sobre manejo florestal na Amazônia em
19865. A edição destas regras ocorreu em um cenário de explosão do desmatamento, queimadas e de exploração predatória. Somente em 1995, 30 anos depois, é que foram estabelecidas as linhas gerais para o manejo florestal na Amazônia.
Nos anos seguintes, depois do decreto que estabeleceu as diretrizes para o manejo em 1995, foi criada uma grande farsa sobre manejo florestal na Amazônia. Milhares de planos de manejo foram aprovados pelo Ibama, levando os leigos a acreditar que a exploração estava seguindo técnicas que promoveriam a regeneração da floresta. No entanto, ambientalistas e pesquisadores revelavam que a exploração continuava a ser predatória. Estudos conduzidos pelo Imazon mostraram que a exploração causava danos significativos6. Em 1996, um relatório da Embrapa de Belém (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em colaboração com o próprio Ibama, mostrava que os madeireiros não cumpriam a maioria das atividades prometidas nos planos de manejo na região de Paragominas no Pará7. Por exemplo, 93% dos planos amostrados não planejavam as trilhas de arraste das toras. O planejamento destas trilhas seria essencial para a redução dos danos da extração.
Rapidamente, os observadores notaram o óbvio: as madeireiras estavam usando os planos de manejo florestal para legalizar a extração ilegal de madeira.