Existencia
O texto inicia falando sobre como Perls se interessou pelas questões da existência e da filosofia existencialista. Ao estudar esse tema, ele organizou sua visão baseada em duas escolas: a que afirma a existência do mundo apenas pela percepção e a que afirma essa existência independente dela. Mais a frente, o texto segue citando que Perls descreveu quatro possibilidades de abordar o estudo do comportamento: 1) científica; 2) religiosa e filosófica; 3) existencial e 4) Gestalt. Perls marca, então, uma diferenciação em relação ao pensamento existencial, pois, embora entenda que este se concentra no que é atual na existência, ou no que é (Perls se refere à abordagem existencial como “é-ismo”), persiste em uma concepção de existência que ainda precisa de uma estrutura causal.
Essa idéia existencialista é, então, contraposta à da Gestalt que se diferenciaria pela dispensa da estrutura causal, concentrando-se apenas no como e agora da existência. Na abordagem gestaltista, tenta-se compreender a existência de qualquer evento pelo modo como ocorre, pelo como, não pelo porquê.
No texto “Terapia de grupo versus terapia individual”. Perls refere-se ao “impasse existencial” como uma situação de paralisia e medo em que o ser humano sente a dificuldade de abandonar as formas habituais com as quais lida com as questões da existência.
A ênfase da Gestalt-terapia no “aqui e agora” é a ênfase na importância dessa atualidade da existência, de prestarmos atenção e valorizarmos essa atualidade, uma vez que estamos postos no mundo diante da impossibilidade de outra forma de existência que não esta. Termina citando uma passagem de Fritz que define sua concepção de existência. “Existência é ‘atualidade’ (actuality). É tornar-se presente” (in Stevens, 1977, p.84).