Existe uma literatura infanto-juvenil?
Polo: Cuité de Mamanguape
Curso: Licenciatura em Letras- Disciplina: Estágio Supervisionado III-
Literatura Infanto-Juvenil
Prof.ª Ana Cristina Marinho Lucio
Aluno: Maurício Fernandes Bernardo
Data: 23/08/2011
Ensaio crítico
Existe uma literatura infanto-juvenil?
Drummond duvida através do argumento “o gênero literatura infantil tem, a meu ver, existência duvidosa”. Ora! A literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou seja, é arte: fenômeno da criatividade que faz uma representação do mundo, do homem, da vida, através da palavra. Esta literatura faz uma fusão entre sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização. É uma literatura não menor que outro tipo de literatura, mas uma literatura rica, pois destaca o poder da fantasia na construção de uma das formas de leitura de mundo. É seguindo pelo território da criação, da curiosidade e, principalmente, da imaginação que o ser humano caminha na paisagem mágica do seu próprio mistério. Essa visão mágica do mundo move o imaginário desde tempos arcaicos, transitando entre a infância e a maturidade de milhares de gerações. Mas, sem dúvida, a plenitude do pensamento mágico se revela na quadra da infância, pois a criança vê/lê o mundo a partir de suas impressões imaginárias, e tal contemplação espontânea deixa marcas decisivas na história memorialística deste leitor em construção. Vislumbrar o mundo com o olhar da fantasia é favorecer a presença da criatividade e do senso crítico, componentes necessários na prática da leitura reveladora. Ao contrário do questionamento que Drummond faz “Será a criança um ser a parte, estranho ao homem, e reclamando uma literatura também a parte?”, Regina Michelli entende que esta literatura não é restritiva ou reduzida, pelo contrário, ela é abrangente, pois ela pode ser lida por qualquer idade e encantar, dependendo da riqueza da obra literária. Veja o que ela diz: