exame médico
Freud não teve tempo de comunicar a Dora sobre essa transferência. E, da mesma forma, que ela gostaria de ter se vingado do Sr. K. por ele não tê-la tratado do modo como ela gostaria, ela abandona e trai Freud. É nessa série que Freud entra, e tanto o tratamento, quanto Freud são abandonados. Ela se vinga de Freud, tal como ela gostaria de ter se vingado do Sr. K. Ela vinga-se de Freud, justamente não permitindo que ele a trate.
E aí ele entra na transferência como Sr. K.. Isso aparece no tratamento, não como uma recordação ou como uma coisa da qual ela pudesse falar, mas, aparece em ato.
Aparece com ela saindo do tratamento, sonhando que está dando o aviso prévio para Freud, assim como o
Sr. K. havia dado um aviso prévio para uma governanta. Uma governanta que ele teve, e que ele tinha tratado mal. E, Dora, agora, achava que ele tratava mal a ela mesma. Então, há essa relação transferencial se estabelece assim. E, se Freud houvesse percebido isso a tempo, ela poderia ter falado sobre essa transferência, mas, não, ela atua essa transferência. Isso aparece numa resistência, a ponto de Dora abandonar o tratamento, completamente.
Freud diz: “Dora atua uma parte essencial das suas lembranças e fantasias, dentre elas a fantasia de vingança, ao invés de reproduzi-las, falá-las, recordá-las, colocá-las em palavras no tratamento.” Então é uma coisa em oposição a outra.
Por um traço, ela colocou Freud na mesma posição que o Sr. K. tinha para ela.
A história dela com o Sr. K. é cheia de fatores, como estamos vendo. Nessa história, o
Sr. K. ocupa um lugar. Em análise, ela faz uma transferência com Freud, e