Exame fisico no adolescente
É incomum, nos processos de atenção constituídos nos serviços de saúde pública, a presença dos adolescentes. Estes são pouco suscetíveis aos problemas comumente valorizados como objeto de cuidado no interior daqueles. Ainda assim, os adolescentes são vulneráveis a inúmeros agravos como problemas infecciosos, alterações nutricionais, distúrbios de auto-imagem, doenças sexualmente transmissíveis, aids, uso de substâncias psicoativas, gravidez indesejada, entre outros igualmente importantes que requerem uma atenção peculiar e cuidadosa. Sugerimos, assim, alguns componentes para a consulta de enfermagem a este grupo, que devem ser adaptados à cada situação. Nos demais capítulos desta obra encontra-se uma série de fundamentos e elementos que permitem um maior detalhamento de aspectos a serem investigados e de condutas a serem tomadas, apenas indicados neste momento.
Numa abordagem promocional da saúde, a consulta de enfermagem a adolescentes deve levar em consideração os vários processos de vulnerabilidade, necessidades e agravos a que estes, em particular, e os distintos grupos a que pertencem estão sujeitos, sempre considerando a sua complexidade. Na prática em questão, isto significa não perder de vista a diversidade humana e, conseqüentemente, a própria adolescência, construídas em meio a processos sócio-históricos, projetando a atenção à sua saúde a partir de uma referência ampla, que considere a dinâmica das relações de classe, gênero, gerações, raças, culturas e sexualidades.
O conteúdo dessa prática deve se pautar, assim, em outros dois grandes processos, constituintes da dinâmica gerencial em saúde, de acordo com especificidades locais:
Reconhecimento do perfil sócio-epidemiológico populacional ou, mais especificamente, do(s) grupo(s) adolescente(s) da sua área de abrangência;
Envolvimento profissional e comunitário, extensivo os adolescentes, na definição participativa das necessidades e prioridades de atenção a serem