Evolução do % PIB aplicado na educação brasileira

A Falácia do discurso brasileiro de valorização da educação frente à evolução do percentual do PIB nela aplicado (1980-2010).

Jairo Queiroz Pacheco*

Resumo
Este artigo reúne dados sobre o percentual do PIB aplicado em educação pelo Brasil no período de 1980 a 2010, a partir de dados disponibilizados pelo INEP-MEC e constantes dos Anuários Estatísticos do IBGE. Compara a variação do percentual do PIB aplicado em educação com a evolução do número de matrículas em todos os níveis formais de educação e com o nível de investimento de outros países. Constata que o discurso quase unânime de valorização da educação proferido pela elite política e social do país não se confirma no campo dos investimentos em educação. Conclui vislumbrando possibilidades de superação a partir da constatação de que, embora de forma tímida, este índice tem melhorado nos últimos anos.

Palavras Chave: Educação, História da Educação, Investimento em Educação.

* Professor da área de História Moderna e Contemporânea do Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina.
Introdução

Existe hoje no Brasil um diagnóstico quase unânime de que nossa educação básica não apresenta os níveis mínimos desejados de qualidade e nem consegue atender a todos que dela necessitam1.
No discurso político e nos meios de comunicação existe praticamente um consenso de que a educação deveria ser priorizada como política pública capaz de melhorar a vida dos cidadãos e de permitir o desenvolvimento da nação, colocando-se como essencial para a solução dos principais problemas estruturais do país. Assim, passaria pelo acesso a uma educação de qualidade a solução para as desigualdades sociais e de renda e para viabilizar o desenvolvimento de nossa capacidade produtiva.
Mas, embora esteja apontada como prioritária no discurso de todas as forças políticas, de todas as administrações do Estado e de todas as entidades representativas da sociedade civil, a educação se vê numa crise