Evolução da restauraçao
1.1. A Descoberta do Fogo
A descoberta dos modos de obtenção do fogo foi uma das mais importantes para a sobrevivência da humanidade. Desconhece-se, no entanto, desde quando é que se conseguiu obtê-lo artificialmente. Na China, um hominídeo (cerca de 150 000 anos a. C.), foi descoberto com um resto de cinzas, este facto pode ser demonstrativo de que este hominídeo já conhecia o processo de obtenção de fogo.
O fogo deve ter sido, inicialmente, obtido de modo indireto, isto é, derivado de um acidente natural como por exemplo um raio ou um vulcão. Há várias formas de produzir fogo artificialmente: por exemplo, os índios norte-americanos, os polinésios e algumas tribos da África central obtêm fogo através do método de fricção de dois paus, quer por rotação, quer por serração; nos Aleútes (ilhas situadas na costa noroeste da América do Norte) e no México usavam o método de percussão (faísca obtida como resultado do choque entre duas pedras que se propaga a uma matéria facilmente inflamável - é, no fundo, o método que ainda hoje se usa nos isqueiros). Outros modos de obtenção de fogo, mas mais recentes, são a eletricidade ou os produtos químicos combustíveis.
A descoberta do fogo foi uma autêntica revolução nos costumes do homem. Desde logo pôde deixar de comer carne crua e passar a comer carne cozinhada, este acontecimento não deixou de ter consequências fisiológicas, a nível dentário ou a nível do aparelho digestivo. O fogo permitiu ainda o trabalho sobre os metais, que terá implicações tanto em termos bélicos como em termos de agricultura, respetivamente, através do fabrico de armas para a guerra e de instrumentos úteis para o cultivo da terra. Assistimos ao surgimento de diversos progressos técnicos associados à utilização do fogo: fratura de materiais duros (pedra, chifre de cervos), no Paleolítico inferior ou médio, e endurecimento ao fogo de armas de madeira (Paleolítico médio). Mas é com o Paleolítico superior que a utilização do