Evolução da habitação A habitação é um meio coletivo de atingir o mesmo fim – para a família ou o grupo. Como abrigo, a habitação é uma extensão dos mecanismos corporais de controle térmico – uma pele ou roupa coletiva. As cidades são extensões ainda mais amplas dos órgãos corpóreos, visando a atender às necessidades dos grandes grupos. O homem letrado e civilizado tende a restringir o espaço e separar as funções, enquanto o homem tribal livremente projeta a forma de seu corpo para abranger o Universo. Para o homem tribal e para as sociedades não-letradas a moradia era uma imagem tanto do corpo quanto do Universo. A construção da casa, com sua lareira e seu fogo-lar estava ritualmente associada ao ato da criação. O homem letrado uma vez adotada a dinâmica visual do alfabeto fonético, começa a perder a obsessão com o ritual e com a ordem cósmica, recorrentes nos órgãos físicos e em suas extensões visuais. O homem vive em casas circulares, até que se torna sedentário e especializado na organização de seu trabalho. Quando estes espaços são compreendidos, eles fornecem a chave para muitos e importantes enigmas, passados e presentes. Explicam a mudança da arquitetura de cúpula circular para as formas góticas. Este deslocamento ocorre com a extensão do corpo em novas invenções e tecnologias sociais. A habitação é um esforço destinado a prolongar ou projetar o mecanismo de controle térmico do corpo. Provendo de calor e energia a sociedade, a família ou o grupo, a habitação engendra novas habilidades e novo aprendizado, desempenhando as funções básicas de todos os outros meios. O controle térmico é um fator-chave na habitação e no vestuário. A moradia do esquino é um bom exemplo. O esquimó pode suportar dias sem comer, a 18ºC abaixo de zero; desprovido de alimentos, o nativo sem roupas morre em poucas horas.