Habitação coletiva e evolução da quadra
ideário moderno e a reflexão sobre habitação coletiva estão profundamente relacionados aos problemas decorrentes da densidade populacional urbana e do crescimento das grandes cidades durante o século XX. Nesse contexto as novas hipóteses de habitação e sua relação com o espaço urbano representam para o modernismo o núcleo inicial de investigações e experimentações desenvolvidas em âmbito disciplinar da arquitetura para uma possibilidade real de transformação em grande escala do ambiente urbano.
A partir do desdobramento dos conceitos germinais do texto de Christian de Portzamparc, A terceira era da cidade (Ville age III) (2), este ensaio trata especificamente do papel da habitação coletiva na formação das distintas idéias de cidade a partir da segunda metade do século XIX até o final do século XX, compondo um quadro analítico com oito distintas estratégias projetuais que permitem uma reflexão sobre as diversas formas de inserção, complementação e construção da habitação coletiva na cidade moderna explicitando a evolução e a transformação da arquitetura urbana dentro deste período.
O esforço concentra-se em constituir um raciocínio crítico do processo projetual estabelecendo distinções conceituais sobre as estratégias da habitação coletiva e sua relação com a trajetória do desenvolvimento das cidades através de uma visão ampla do elemento urbano que por essência é o mais coletivo de todos. Interessa enfatizar nestas condições o constante confronto entre habitação e espaço habitável, o qual tem transformado a paisagem, a sociedade, a cultura, os hábitos e o desenho das cidades.evemos entender como cidade tradicional um organismo urbano gerado através de um longo processo histórico. Neste contexto, tanto o traçado viário como a habitação coletiva são elementos que não podem ser concebidos separadamente, como o positivo e o negativo de um mesmo sistema. Não existem, portanto espaços indefinidos nesta relação restrita aos