EUTAN SIA
Continuar tendo esperança ou evitar o sofrimento? Essa é a pergunta-chave que todos aqueles que um dia tentaram se posicionar com relação à eutanásia já se fizeram. Ter um parente ou amigo em estado de saúde debilitado sempre provoca comoção, principalmente quando desejamos que aquela “agonia” acabe.
É natural do ser humano ser sensível e querer viver, mas prolongar a existência de uma pessoa em estado terminal de câncer, por exemplo, não é a melhor solução. Dores insuportáveis e sofrimento inesgotável sempre são as maiores queixas de um paciente que procura a eutanásia, e buscar cessá-las deve ser a prioridade. Além do desgaste físico, há também o emocional, e essa prática poderia ser utilizada como forma de acabar com o padecimento da própria vítima e dar alívio a toda uma família.
Sofrer com a morte é inevitável, mas com o tempo a dor diminui. Fazer com que uma pessoa continue tendo aflições e complicações, isso sim gera dor maior. Pode nem ser perceptível, já que tendemos a ter a esperança de que nosso ente querido venha a melhorar, mas só o paciente sabe o quanto é difícil quando seu estado de saúde é irreparável. Claro que a prática da eutanásia deve ser procurada apenas em casos de doenças incuráveis e em estado avançado, até porque é ilógico que um ser humano opte dar fim à sua vida, tendo a opção de tratamento eficiente e eficaz.
Portanto, a eutanásia não é um atentado à vida, mas uma forma honrosa de encerrá-la, dando a oportunidade do não sofrimento a uma pessoa. Países como Holanda e Bélgica já permitem a prática, mas no Brasil é considerada crime. Caso fosse permitida por lei, para que se tivesse total controle sobre o que é correto fazer, deveríamos ter, em situações em que pacientes ou famílias buscam a eutanásia, a avaliação do caso por médicos especializados, além de psicólogos, para que se tenha a certeza de que é consentida pela própria vítima, se esta permanecer consciente, ou pela família, caso o doente já não possa