eugenio de andrade
BIOGRAFIA
Eugénio de Andrade, que é um pseudónimo de José Fontinha, nasceu em 1923 na Póvoa da Atalaia, Castelo Branco, numa família de camponeses. Passou a infância com a mãe e em 1932 muda-se para Lisboa onde começou a escrever os primeiros poemas.
Continuou os estudos em Coimbra, onde viveu de 1939 a 1945, e aí convive com vários escritores, entre os quais Miguel Torga e Eduardo Lourenço.
Em 1950 mudou-se definitivamente para o Porto, tendo criado com um grupo de amigos a Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro. Em 2005 acabou por falecer nesta mesma cidade.
Ganhou vários prémios literários, entre os quais o Grande Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, em 2000; o Prémio Pen de poesia, em 2001; e o Prémio Camões, também em 2001.
Algumas das suas obras são: Os Amantes sem Dinheiro, Coração do Dia, Mar de Setembro, Sulcos da Sede e muitas outras.
URGENTEMENTE
É urgente o amor.
É urgente um banco no mar.
É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente permanecer. ANÁLISE DO POEMA URGENTEMENTE
Este poema é constituído por quatro estrofes desiguais – um dístico e três quadras – e tem uma métrica irregular.
Na primeira estrofe o sujeito poético faz uma apresentação duma tese que vai acabar por desenvolver ao longo do poema (É urgente o amor. /
É urgente um banco no mar.)
Na segunda estrofe alerta para a necessidade de acabar com tudo o que impede a construção desse amor, da liberdade – o “ódio”, a “solidão” e a “crueldade”.
Na terceira estrofe enumera os elementos capazes de superar essas forças negativas: “alegria”, “beijos”, “searas”, “rosas”, “rios”, “manhãs claras”.
Na quarta estrofe faz