EU TENHO HISTÓRIAS PARA CONTAR E ENSINAR! E VOCÊ? Relato de Prática Pedagógica Positiva no PEJA da Maré
Relato de Prática Pedagógica Positiva no PEJA da Maré
Janaina de Azevedo Corenza
“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes’.
Paulo Freire
Antes da nossa história, uma breve visita a história da EJA O campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem uma longa história. Durante décadas, a EJA privilegiou a memorização e a reprodução de conteúdos e não trabalhou com a criticidade e muito menos, com os conhecimentos que estas pessoas traziam para o interior das salas de aula. Para contextualizar a EJA, e compreender melhor o objetivo do trabalho proposto pelo PEJA no Ciep Ministro Gustavo Capanema, no decorrer do ano de 2011, faremos um breve histórico da EJA no Brasil.
No período colonial a população escravizada e liberta vivenciou o Decreto nº 1.331, de 17 de fevereiro de 1854 como o primeiro documento oficial que menciona e está direcionado a grupos populares. Este decreto estabelecia que, nas escolas públicas do país, não seriam admitidos escravizados e a previsão de instrução para adultos negros dependeria da disponibilidade de professores.
Vale também ressaltar o Decreto nº 7.031-A, de 6 de setembro de 1878 que estabelecia que os negros só poderiam estudar no período noturno e diversas estratégias foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos bancos escolares. Isso demonstra que um contingente expressivo do que viria a ser o sinônimo da população brasileira desde o princípio ficou alijada de perspectiva de vida, sem acesso a educação e suas conseqüências.
Em 1930 o governo brasileiro, volta a mencionar a EJA, com a criação do Ministério da Educação e Saúde (MES) que