Etnomátematica
As práticas educativas se fundam na cultura, em estilos de aprendizagem e nas tradições. A história compreende o registro desses fundamentos. Portanto, é praticamente impossível discutir educação sem recorrer a esses registros e a interpretação dos mesmos. Isso é igualmente verdade ao se fazer o ensino das várias disciplinas. Em especial da Matemática, cujas raízes se confundem com a história da humanidade.
Um dos maiores erros que se pratica em educação, em particular na Educação Matemática, é desvinculá-la das outras atividades humanas.
“A vida que vira existência se matematiza. Para mim, e eu volto agora a esse ponto, eu acho que uma preocupação fundamental, não apenas dos matemáticos, mas de todos nós, sobretudo dos educadores, a quem cabe certas decifrações do mundo, eu acho que uma das grandes preocupações deveria ser essa: a de propor aos jovens, estudantes, alunos, homens do campo, que antes e ao mesmo em que se descobrem que 4 por 4 são 16, descobrem também que há uma forma matemática de estar no mundo.“ (PAULO FREIRE, 1996.)
Em total afinidade com o pensamento de Paulo Freire, a Etnomatemática surge como resposta a esse objetivo, o de recuperar a presença de idéias matemáticas em todas as ações humanas.
O presente trabalho, portanto, abordará temas que não tem, aparentemente, relação com a etnomatemática, mas que, como toda reflexão teórica, parte da aceitação de alguns pressupostos. O meu é que o ensino da matemática está subordinado aos objetivos maiores da educação, conceituada com uma das estratégias para sua produção e construção. Faz-se necessário saber primeiro, como surgiu esse conhecimento, qual a problemática que o originou.
Este trabalho foi produzido a partir de exaustivas pesquisas em revistas, livros e sites (Internet) na qual tiveram grande destaque as revistas Pátio, Educação Matemática em Revista (SBME – Sociedade Brasileira de Educação Matemática), Nova Escola e Sites (ver referências bibliográficas). Os