Etiologia do racismo
A discriminação racial do jeito que se apresenta hoje, como uma ideologia organizada e elaborada “é fruto da ciência europeia a serviço da dominação sobre América, África e Ásia” (Ibidem). Não foram poupados esforços para buscar teorias que justificassem o racismo, como por exemplo essa hipótese de Aristóteles: "Uma parte dos homens nasceu forte e resistente, destinada expressamente pela natureza para o trabalho duro e forçado. A outra parte – os senhores, nasceu fisicamente débil; contudo, possuidora de dotes artísticos, capacitada, assim para fazer grandes progressos nas ciências filosóficas e outras." (ARISTOTELES, apud GRIGULEVICH, 1983, p. 105).
A hipótese acima foi usada no século XV para justificar a escravidão de negros e índios. O branco europeu sempre buscou métodos e teorias para fazer o mundo à sua imagem e também para lucrar com a escravidão, um dos mecanismos base para implantar a ideia de que o negro é inferior ao branco foi a desfiguração da personalidade moral do negro junto com as suas aptidões intelectuais, caracterizando e rotulando o negro como primitivo e inferior. Durante o período de expansão marítima foram inúmeros os casos onde o Branco europeu usava o discurso de “civilizar” as populações africanas (no caso do Brasil, o povo indígena) que, para o branco, civilizar significava invadir, dominar e escravizar o povo local, além de tomar posse das riqueza s locais.
O século XIX foi ainda mais vergonhoso para a humanidade, pois surgiram as mais diversas obras para justificar a escravidão e enaltecer o branco frente ao negro, entre elas podemos citar O Comércio dos Escravos Negros na Costa da