Etica e consultoria
A vulnerabilidade a desvios éticos e a baixa qualidade dos resultados do sistema que comanda os investimentos públicos em infraestrutura repousa em fissuras conhecidas: falta de estudos de viabilidade consistentes e de projetos de engenharia de alta qualidade com especificações precisas e orçamentos realistas suficientemente detalhados, a insuficiente capacidade e confiabilidade da supervisão ou gerenciamento da execução de obras, e modalidades inadequadas de contratação desses serviços de Consultoria de Engenharia. Impedir o mau resultado desses investimentos é justamente a tarefa da Consultoria, o que faz desta atividade o instrumento natural e imprescindível para assegurar a sua integridade e qualidade.
Como em qualquer grupo humano ou empresarial haverá sempre os que não têm compromisso com valores éticos, competindo deslealmente com a folgada maioria dos que não transigem com os requisitos de integridade e rigor profissional em sua prática pessoal ou funcional. Para competir com aqueles que não negociam esses valores, a arma dos arrivistas é a tentadora oferta de preços irrisórios. Baseiam-se na certeza de renegociações irregulares durante a execução do contrato, ou a alocação de profissionais menos qualificados ou, ainda, a garantia de cumplicidades que permitam viabilizar sua proposta inexeqüível por artifícios conhecidos, transformando prejuízo em lucros compartilhados, com a consequente renúncia à qualidade do trabalho.
Tais desvios éticos configuram de fato uma concorrência desleal. É irrealista a competição de preços entre empresas de diferentes níveis de rigor técnico e responsabilidade ética e profissional.
Estudos e projetos de engenharia de baixa qualidade, contratados com base no menor preço, resultam no aumento do custo das obras e de sua manutenção e conservação, na precária qualidade do empreendimento e dos serviços oferecidos aos seus usuários. Ao contrário, serviços de Consultoria de Engenharia contratados por preços