Etica na atualidae
Quando falamos de degradação de valores éticos é muito comum associarmos essa idéia às mudanças de comportamento ocorridas nos últimos anos, quase todas relacionadas com a sexualidade e com certos "contratos sociais". A aceitação e/ou discussão em torno de certos temas como o homossexualismo, o divórcio, as relações extraconjugais, o aborto e a eutanásia, são alguns dos exemplos de mudança de comportamento frente a temas, antes considerados como tabus na maioria das culturas.
No Brasil, se alguns desses temas são ainda indiscutíveis, como a eutanásia, por exemplo, vemos que outros como o aborto e o homossexualismo estão na ordem do dia como pauta, inclusive no Congresso Nacional. Serão essas degradações dos valores éticos? Cetamente que não. Muito embora tendências mais retrógradas pretendam nos fazer crer que a nossa conduta deva ser regida por contratos imutáveis e eternos, como dogmas religiosos. A história nos mostra o contrário e justamente revela a transitoriedade dos contratos sociais. Se estamos de acordo que a felicidade é o fim último de toda conduta humana, devemos buscar que os "contratos sociais" estejam a serviço da vida e não o contrário.
Nesse sentido, a "degradação dos valores éticos" está, na verdade, presente em todas as ações que impedem o homem de realizar seu projeto de uma vida feliz.
São, a meu ver, exemplos de degradação da conduta humana, a violência e a injustiça social que, no Brasil, se expressam pela negação do acesso à terra, trabalho, saúde e educação. Me parece, portanto, hipócrita sermos contra o aborto quando sabemos que, no Brasil, centenas de mulheres pobres morrem a cada ano em clínicas clandestinas ou em decorrência de métodos inadequados para impedir a gestação de um feto. Ainda mais hipócrita é dar a um embrião um estatuto moral que está acima do estatuto moral de um homossexual ou de um bandido a quem a sociedade prefere condenar à morte.
São com essas contradições que temos que