Estética
“A ARTE E O MUNDO PERCEBIDO”, M. Merlau-Ponty - Análise Crítica // 01
“Segundo as teorias filosóficas de Merleau-Ponty, a arte pode ser compreendida como linguagem na medida em que é uma deformação coerente do mundo. Assim, o estilo, enquanto essa deformação coerente do mundo, afigura-se como uma operação de expressão na qual a organização exclusiva dos perfis perceptivos do artista é capaz de anunciar um significado particular e coerente através de sua obra.”
Foi por forma a compreender melhor as teorias merleau-pontianas que me prôpus a analisar objectiva e criticamente o texto “A Arte e o Mundo Percebido”, tentando estabelecer uma relação coerente e fundamentada entre a teoria de Merleau-Ponty, expressa neste texto, e a minha opinião pessoal acerca da sua teoria. Ponty recorre imensas vezes, e em diversas obras, ao exemplo da pintura para fazer exemplificação das suas teorias sobre a arte. Para ele, a pintura reporta-nos para a observação do mundo real. Ao longo da história, podemos observar, nas obras dos mais diversos pintores, dos mais diversos estilos, embora através de diferentes cânones, a representação de objectos do quotidiano que, embora não os percepcionemos como fulcrais para a contemplação da obra, eles dispertam a nossa atenção pelo seu significado “secreto”. Somos assim conduidos pela pintura , à visão das coisas. É por isto, que uma “filosofia da percepção”, como é chamada por Ponty, faz com que aceitemos as artes de uma forma pura, procurando a sua essência. Por esta razão, ao analisarmos o mundo da percepção conseguimos depreendeer que os coisas não se podem seperarar do seu modo de representação. De acordo com a teoria pontiana, definir não é perceber. Se olhar para algum objecto pela sua definição, ao invés de o fazer pelas suas características, apenas obtenho uma definição desprovida de qualquer sentimento de