estética
O ELOGIO DA MÃO
No Âmbito de
ESTÉTICA DAS ARTES VISUAIS
Prof. Dr. Carlos Morais
António Taveira
MEAV - 1º Ano
Braga 2013 | 14
“ Tudo é forma, e a própria vida é uma forma”
Balzac
BIBLIOGRAFIA:
FOCILLON, Henri. A VIDA DAS FORMAS, seguido de Elogio da Mão, Lisboa, Edições 70, Janeiro 2001
Como vimos, um mesmo signo pode ter diferentes significados. A forma apresenta-se como um molde vazio onde o homem vai fluindo, sucessivamente, matérias, adquirindo um novo significado. Enquanto o signo representa algo, a forma não tem mais que o significado para além de si própria. A forma tem um sentido, mas pertence-lhe totalmente; tem um valor pessoal e particular que não devemos confundir com os atributos que lhe impomos. Estamos então, no terreno da autonomia da forma, para circunscreve-la quase de imediato, à imposição semântica: A obra de arte como metamorfose da forma.
Para o autor, a obra de arte só aparentemente é imóvel. Na realidade, a obra de arte nasce de uma alteração e é a preparação para outra – move-se e transforma-se.
Exemplos destas metamorfoses são os esboços. O esboço dá vida à obra-prima: “vinte ensaios, recentes ou próximos, entretecem a sua rede por detrás da evidência bem definida da imagem”
(pág.17). Segundo o autor, os esboços são parte fundamental da construção da obra de arte.
Outros exemplos destes movimentos são as combinações geométricas da decoração muçulmana. Podem ser interpretadas de mais que uma maneira, segundo os cheios, segundo os vazios, segundo os eixos verticais ou diagonais, cada uma delas esconde e revela o segredo e a realidade de diversas possibilidades.
Nem mesmo a forma como o corpo do homem e da mulher são retratadas na pintura e escultura escapam a estas metamorfoses. Nestes registos artísticos, é utilizado o entrelaçamento formal que utiliza o corpo humano como elemento de apoio e o conduz para um jogo de simetrias, contraposições e