Estágios da investigação científica
Aristóteles distingue questões de existência e de causa (essência) na investigação científica, as de existência são do tipo: “a lua sofreu eclipse”? As de causa “porque a lua sofreu eclipse”? Em Segundos Analíticos II, 90ª31 “Assim como estamos dizendo, conhecer o que é, é o mesmo que conhecer o porquê e sendo assim a causa e a essência são idênticos, e Aristóteles introduz uma ordem temporal da investigação onde precisamos identificar primeiro se algo é (existe), e posteriormente qual sua causa (essência).
Segundo Aristóteles a investigação científica tem estágios: “que (hoti), “porque (dioti, dia ti)”, “se é (ei estin)”, e “o que é (to ti esti)”. Quando Aristóteles coloca essa ordem de investigação surge uma dificuldade, devemos saber se existe uma causa antes de poder investigar o que essa causa ou essência é. Porém, devemos saber se é para saber se existe, pois segundo a teoria aristotélica, pra saber o que essa causa ou essência é, devemos ter apreendido que ela existe. Um dos pontos cruciais da obra é como podemos investigar se algo existe? O que é conhecer se algo existe? Como saber que existe uma causa de x sem saber o que é a causa ou essência de x? Eis outro ponto importante na ciência aristotélica, não é tudo que tem uma causa no sentido propriamente aristotélico, as coisas que tem causa desse tipo, essas são coisas que existem sempre ou no mais das vezes.
Esse requisito funciona como um critério que permite ao investigador, excluir objetos que não são suscetíveis de conhecimento científico. Aristóteles é um empirista, e para ele aprender começa sempre com o que é mais inteligível ou familiar pra nós, com aquilo que está mais perto de nossa experiência perceptiva, e termina naquilo que é mais inteligível por natureza.
Bibliografia
ARISTÓTELES. Física I-II. Tradução e comentários de Lucas Angioni.
ARISTÓTELES. “Segundos Analíticos. II” Tradução de Lucas Angioni.
PORCHAT. O. Ciência e Dialética em