Estádios de desenvolvimento
Estádio do pensamento sensoriomotor (dos 0-2 anos) –
Este período é caracterizado pelo aparecimento gradual da linguagem. Ainda assim, apesar da ausência desta, a inteligência desenvolve-se de forma surpreendente. Segundo Piaget, durante o primeiro ano, a criança desenvolve o período da permanência do objeto. Mas cerca dos dez meses a criança ao invés de deixar de prestar atenção ao brinquedo sempre que este sai do seu campo de visão, já vai buscar a bola que por exemplo “desaparece” para baixo do sofá. O objeto já não precisa de estar visível para continuar a existir. A construção desta permanência é um dos primeiros esquemas de conservação.
Paralelamente, é construída uma primeira forma de reversibilidade, que diz respeito ao espaço. A criança anda e regressa ao ponto de partida, aventura-se fora do campo de ação diretamente próximo, sabendo que pode encontrar o caminho inicial. A reversibilidade é a aquisição estável da tripa capacidade de fazer, desfazer e refazer uma ação. Construída no nível motor, a competência reconstruir-se-á, em função de novas experiências, no nível superior de representação.
No plano prático, assistimos a uma organização dos movimentos e dos deslocamentos que, inicialmente centrados no próprio corpo, se descentram pouco a pouco e se dão num espaço no qual a criança se situa a si própria como um elemento entre outros. A coordenação motora que se estabelece organiza os deslocamentos. Neste estádio, a atividade é invertível, permitindo passar de um ponto a outro e regressar ao ponto de partida.
Estádio do pensamento pré-operatório (dos 2 aos 6-7 anos) –
Este estádio é considerado o da representação. Tudo o que foi construído de um ponto de vista motor, na etapa precedente, é reconstruído ao nível representativo nesta etapa. É uma fase de interiorização progressiva dos esquemas de ação da época