Estudos Biblicos
Não era raro Nosso Senhor Jesus Cristo pregar seus ensinamentos em forma de contos alegóricos, parábolas, tomando exemplos da natureza e da vida cotidiana. Apesar das parábolas também terem sido utilizadas pelos profetas do Antigo Testamento, foi nos lábios do Filho de Deus que as mesmas adquiriram maior perfeição e beleza.
Foram vários os motivos que fizeram o Salvador recorrer às parábolas. Em primeiro lugar, Ele ensinava profundas verdades espirituais, de difícil compreensão para Seus ouvintes — pessoas, em sua maioria privadas de qualquer tipo de instrução. Já o conto expressivo e concreto, extraído de fatos cotidianos, poderia permanecer na memória por vários anos, e, ao refletir sobre o mesmo, a pessoa teria a possibilidade de uma compreensão gradativa da sabedoria oculta na parábola. Em segundo lugar, as pessoas que não compreendiam na íntegra os ensinamentos explícitos de Cristo, podiam, com o passar do tempo, passar a relata-los e interpretá-los de maneira deturpada. As parábolas conservavam a pureza do ensinamento de Cristo tornando seu conteúdo acessível em forma de uma narrativa concreta. Em terceiro lugar, as parábolas possuem uma grande abrangência moral, que possibilita o emprego das Leis de Deus, não somente na vida privada, mas também na vida em sociedade, inclusive nos processos históricos.
As parábolas de Cristo são notáveis pois, apesar dos séculos que se passaram, as mesmas não perderam seu viço, sua pureza e beleza radiante. Elas vem a ser um exemplo evidente da estreita unidade que existe entre o mundo espiritual e o físico, entre os processos internos do homem e sua manifestação na vida. Nos Evangelhos encontramos mais de trinta parábolas. As mesmas podem ser divididas relativamente a três períodos das pregações comunitárias do Salvador. Ao primeiro grupo pertencem as parábolas contadas por Cristo logo após o Sermão da Montanha, no período entre a segunda e terceira Páscoas de suas pregações em