A percepção comum revela, num olhar aprumado diante de todos aspectos filosóficos atuais, que os espaços premeditados à superstições estão fadados ao desgaste definitivo. Talvez por intermédio de uma crescente transformação materialista dos povos, ou por não haver mais lugar na rotina apressada dos cidadãos - cada vez mais atarefados e estressados com seus trabalhos e vidas familiares – afastados segundo a segundo de suas liberdades para realizar tarefas diversas, inclusive as relacionadas às suas religiões. Outro paradigma, no entanto, pode contribuir com uma controvérsia forte no que eu disse neste parágrafo anterior. Pode acontecer de o mundo também se tornar muito mais supersticioso, pode acontecer de uma nova era de trevas do conhecimento eclodir diante de nossas caras. Tragando toda uma tradição de conhecimentos para o abismo atormentador da ignorância. Pelo mesmo motivo que uma doutrina materialista teria sucesso. Pelo estresse e falta de tempo livre. Pelas diversas prisões sociais as quais estamos instrinsecamente ligados. Aos problemas que não queremos mas temos de enfrentar apenas para não sermos afastados da “boa imagem” de nossas personas que será mantida e gerada na cabeça dos outros. Muito comumente pessoas indiferentes ao nosso dia a dia. É certo que os assuntos inerentes à crenças religiosas são instantaneamente afastados das discussões formais, principalmente para impedir algum tipo de atrito entre os prosadores. Para uma segurança contínua de não ter que debater com terceiros. Muitos inclusive acham que a abordagem contrária neste quesito pode ser uma perda de tempo, uma batalha inútil contra o que não pode ser mudado, nem deve ser mudado. E assim, segundo estes pacificadores, tudo seria mantido, e cada pensar de origem supersticiosa seria mantido inerte entre seus praticantes.