Estudo do filme A ultima Fortaleza
Arquivado em (Filmes) por Pablo González Blasco em 20-08-2009
Tags: crítica, filme, liderança, metodologia
(The last castle) Diretor: Rod Lurie. Robert Redford. James Gandolfini, Mark Ruffalo, Delroy Lindo. 120 min.
Estas linhas são um acerto de contas comigo mesmo, o pagamento de uma antiga dívida que até então carregava comigo. Refiro-me ao filme “A Última Fortaleza”, ao qual assisti há alguns anos – seis, talvez sete –, e do qual gostei muito, embora, à primeira vista, de um modo genérico, inespecífico, sem fixar-me em nenhum detalhe em particular.
Como sempre procuro fazer quando um filme me empolga, comecei a recomendá-lo aos amigos, mas naquela primeira ocasião não cheguei a escrever nenhuma linha a respeito. Talvez seja exatamente por isso que até hoje não havia atinado com as razões da minha satisfação pelo filme. Com efeito, escrever é algo que nos leva a refletir e a dissecar a realidade. À base de “dialogar” com as idéias que acodem à mente vamos pouco a pouco transferindo ao papel frases de significado mais ou menos intenso, conforme o grau de lhaneza com que encaramos a realidade. “Você consegue colocar em palavras o que a gente sente” – dizem, às vezes, os que se aventuram a ler o que escrevo. Na verdade, ocorre-me exatamente o oposto: são as palavras que me levam pela mão a compreender os sentimentos humanos. Na palavra escrita, as intuições tornam-se transparentes e as emoções assumem uma forma serena, acessível, convidativa. No final de sua vida, Borges dizia que mesmo cego continuava comprando livros, pois gostava de rodear-se do aconchego e da amável presença que os livros lhe proporcionavam.
Lembro que na época em que assisti pela primeira vez “A Última Fortaleza” eu atravessava momentos difíceis na vida acadêmica. A resistência lenta e temerosa de certos acadêmicos a tudo o que implicasse mudança do status quo, perpetuando-se e até perdendo-se num obstinado convencionalismo, era a