Estudo Dirigido
1- Reflexão sobre o princípio das nacionalidades:
Fustel de Coulanges questiona o princípio de nacionalidades de Theodor Mommsen, dizendo que o mesmo diverge da interpretação de “toda Europa”. Enquanto Mommsen diz que basta a um Estado que diga que determinada província é ocupada pela população de mesma raça, Coulanges não só mostra uma visão antagônica, afirmando que os povos europeus quase nunca seguiram a sua linhagem primitiva, como cita o exemplo de Milão e Veneza.
Coulanges também derruba a idéia de que a língua é um fator determinante de nacionalidade, citando as cinco línguas presentes na França.
Para o francês, o princípio de nacionalidade constitui um “direito para os fracos e não um pretexto para os ambiciosos”. O princípio de nacionalidade, para ele, vem da comunhão de ideias, interesses, afeições, lembranças e anseios.
2- Aproximação entre a postura nacionalista de Fustel de Coulanges e o paradigma historiográfico dos Annales:
Coulanges, na escrita da carta à Mommsen, nega o suposto direito alemão sobre a Alsácia-Lorena. Segundo Mommsen a raça e a língua da população daquela região a tornavam propriedade alemã. Numa passagem superficial, ao desmentir tal direito, Coulanges derruba a legitimidade de posse do Estado Alemão, o que posteriormente seria feito pela Escola dos Annales em relação a história política, que legitimava o poder de Estado.
Numa outra análise, talvez tão superficial quanto a anterior, Coulanges afirma que para um território se tornar parte de um país, o seu povo deve concordar com isso. Pode-se então comparar com a submissão do individual em relação ao coletivo, proposto pelos Annales.