Estudo Dirigido Mitocondrias
Disciplina: Biologia Celular e Molecular
Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini
Mitocôndria, uma E.T. na célula
Ex-bactéria, ela invadiu as células há milhões de anos e acabou se transformando numa de suas principais organelas: aquela capaz de extrair energia dos alimentos e da respiração. Hoje, cientistas especulam que males tão diversos como cegueira e enfarte podem ser causados por seu mau funcionamento. Por Lúcia Helena de Oliveira
Há mais de 1 bilhão de anos, quando a Terra ainda era paupérrima em oxigênio, uma bactéria primitiva desenvolveu a habilidade de respirar. Foi um ato de vanguarda. Porque, naqueles tempos, os seres vivos, células mais ou menos complexas
sobreviviam,
modestamente,
fermentando
moléculas
orgânicas. Um belo dia, porém, a bactéria vanguardista invadiu ou foi engolida por uma célula maior, que ainda vivia da fermentação. Por algum motivo, quem sabe por sorte, não foi digerida. Assim, feito uma E.T., ela permaneceu na célula anfitriã, até que os dois organismos começaram a trabalhar em parceria.
Com a ajuda da bactéria, a célula maior passou a se beneficiar da respiração, um método mais eficiente de obter energia. E o micróbio respirador faturou proteção e alimento fácil.
Os dois organismos sincronizaram sua reprodução, de modo que cada filhote da célula já carregava o seu filhote de bactéria. Com o tempo, esta última passou a depender parcialmente dos genes da primeira para se dividir.
Resultado: tornou-se sua subordinada. Ou melhor, uma organela celular. Mais especificamente, o ex-micróbio se transformou na mitocôndria, estrutura que, até hoje, carrega os seus próprios genes, em um cromossomo circular, parecido com os das bactérias atuais. Aliás, a mitocôndria guarda várias semelhanças com suas ancestrais. Ela possui ribossomos, verdadeiras fábricas de proteínas, similares aos das bactérias. É capaz de se reproduzir, indício de que foi, no passado, uma célula independente. Finalmente, a