Estudo de Caso
Museu dos Brinquedos
O Museu possui como discurso e ponto de partida a constituição de seu acervo – uma coleção de brinquedos reunidos desde 1915 por “Dona Luíza de Azevedo Meyer”. A instituição faz um recorte cronológico sob uma perspectiva histórica da produção de brinquedos, tanto nacional quanto internacional, e sua “evolução” à atualidade. As exposições - permanente e temporária - instauram de forma instantânea “marcos” de épocas e evidenciam desde uma tímida produção industrial no Brasil - antes e após os incentivos de Getúlio Vargas em 1930 - à explosão global de consumo presente no país.
Segundo RÚSSIO, 1981, “o fato museal é a relação profunda entre o homem, sujeito conhecedor, e o objeto, parte da realidade à qual o homem igualmente pertence e sobre a qual tem o poder de agir”. Entende-se aqui a realidade como um recorte da vivencia/cotidiano e que este instigue informação, significação e identificação. Na circunstância do Museu dos Brinquedos em Belo Horizonte, o recorte optado se mostra num diálogo fraco e estereotipado. Possui um esforço de produção de memória por meio dos recursos de imagem e admiração do passado, mas não explora a ideia pela qual cada objeto pode contextualizar e confrontar de forma crítica o seu público em prol de uma nova concepção de aprendizagem. De acordo com Meneses (1992), citado por IAP de MATOS (2014):
A memória é definida como um depósito de informações, que se remete ao passado e que deve ser resgatada para não cair no esquecimento. Entretanto, a memória é um processo permanente de construção e reconstrução. Logo, a tentativa de preservá-la é o indício de sua mutabilidade.
O museu prolonga a relação existente entre homem e brinquedo sem o recorte de atribuições de crítica social e histórica em que possibilitaria um diálogo de percepções e transformações